viernes, agosto 31, 2007

Martín... canta, canta compañero



Cuando había que hacerlo con todo, combatió. "Soy soldado", me dijo una vez, soldado del pueblo, "ahora estoy a la espera que de nuevo, algún día, haya condiciones..." Pero desde su puesto civil, igual luchó por abrir los espacios de democracia y participación en el mundo laboral, y por resguardar la memoria. Junto a su compañera Nancy, investigó y escribió rescatando la historia, particularmente la vida y asesinato de Bautista van Schouwen.


Martín se alzó con valor, pero no alcanzó, como muchos, a la lucha final.
Adios, amigo...



(y saludos, a tantos y tantas, en particular a aquella delgada y colombiana silueta de sonrisa amplia...)


Un abrazo,

Jota

El funeral de Martín (por Luchokallejero)
Cuando un amigo se va, para Martín y Nancy (de Los Viajes de Sisifa)


Algunos textos de Martín y Nancy:
(en http://www.archivochile.com/)

Antecedentes Biográficos de Bautista van Schouwen. Martín Hernández V.
Parroquia de los Capuchinos. Un refugio para Bauchi. Nancy Guzmán Jasme
Trece de diciembre, la detención de Bautista van Schouwen. Nancy Guzmán Jasme
Bautista van Schouwen. La búsqueda. Nancy Guzmán Jasme
Bautista van Schouwen. Las pruebas de su asesinato
Pensamiento revolucionario de Bautista van Schouwen. Martín Hernández V. 0,7 MB Libro

miércoles, agosto 29, 2007

Longe, por onde ela deve voar

Flying on your bicycle, watching all the ground beneath you drop
(High and Dry, Thomas Edward Yorke)

por Cristiano Navarro

Uma fraqueza no estômago, febre alta, tremor por todo corpo, suor frio e daí vinha… O reverso no peito que subia, subia e subia, com um bolo entupindo a garganta que me retraia os músculos, até ir longe da boca. Apesar da vergonha que me trazia uma situação incomum como aquela. Depois da segunda vez decidi consultar um médico.

– Eu trabalho com registros e relatórios. Separo notícias de revista, internet e jornal. Basicamente minha função é ler e catalogar os mortos. Primeiro classifico por assassinatos, acidentes e suicídios. Depois separo em língua, sexo, faixa etária. Por vezes, converso com os familiares dos falecidos pra entender melhor o motivo da morte. Essas informações são encaminhadas ao departamento jurídico que prepara as denúncias e representações contra as indústrias, empresários e Estado.

– É! Muito provável que seja stress… abra bem a garganta, assim aaaannnnnnn.

A primeira vez aconteceu quando estava indo ao Fórum do Ministério Público Federal protocolar uma petição, encaminhada ao Procurador, para pedir aceleração na apuração do caso de quatro parentes presos em flagrante há seis meses por caminharem descalços em terra alheia. Era um tio, um sobrinho, um cunhado do pai do sobrinho e um avô de todos que formavam uma família de nome Paraguaio.

Quando os quatro foram presos, a polícia identificou que havia barro roxo da Fazenda Madama em todo corpo, por sob suas unhas e até no coro do cabelo. Apesar das provas inegáveis do crime, nosso departamento jurídico acredita que o motivo da prisão não fora exatamente o roubo da terra que carregavam no corpo, porém o ato político de passar por dentro de uma propriedade privada sem autorização. Juram, os quatro parentes, que passaram por ali apenas para cortar caminho para chegar a pescaria.

Era sexta-feira e eu caminhava apressado no sol quente. Preocupado com a hora atrasada. Pensando no resto da família dos presos: uma velha e crianças muitas, mortas ou famintas. Me senti muito mal. Tinha que ser por culpa do calor, por culpa do almoço. A coisa ficou tão ruim, que em frente à rodoviária encolhi, ajoelhei, até deitar ali mesmo. Ao meu redor juntou aquele mundarel de gente para perguntar o que eu tinha. Fui apagando, sem respirar, soava e tremia. Foi então que não consegui mais segurar e cuspi.

Perto do meu rosto, o bicho contorceu-se, sacudiu as penas secando a saliva, espanou as asas, ciscou e sumiu. Levantei, empurrando as pessoas e corri em disparada para o Fórum. Naquele instante a única coisa que me vinha a cabeça é que não poderia me atrasar, pois este era o último dia para petição dos quatro parentes.

_ Agora coloque este termômetro. Dói a garganta?

_ Não, Doutor.

_ Sei, sei … suba na balança… Será que o senhor poderia trazer uma amostra?

Como eu traria uma amostra de uma andorinha? Andorinhas são aves pequenas e muito rápidas.
Depois da consulta, fiz exames de radiografia e endoscopia que não mostraram nenhum ovo, bico ou pena. Apenas riscos que se pareciam com um ninho.

_ Nada demais. Algum fio de cabelo ou no máximo o princípio de uma pequena úlcera ... quem sabe? ... Tire férias, se alimente bem, cuide de sua namorada, reveja seus amigos e tome este anti-ácido três vezes ao dia.

E assim foi. No dia do aniversário de minha mãe nasceu minha primeira sobrinha. Mês de março, São Paulo. Cabelos arrepiados e olhos negros, enormes, igual os da andorinha. Quando a vi pela primeira vez fiquei tão impressionado que achei que a menina iria dar três pulos e sair rasgando o céu; sobre os prédios, ruas, montes, árvores e rios. Até... sei lá ... chegar em um lugar? tão longe, mas tão longe que já não haja mais nenhum horizonte para cruzar.

Moral da história: Não se libertam Homens, andorinhas ou sobrinhas, eles já nascem livres.

sábado, agosto 11, 2007

La poeticia vino de Sagitario, zona Oeste


Este muy probable mensaje ET llegó a la Tierra hace 30 años: el 15 de Agosto de 1977. La historia, en El Espectador de Bogotá.

Y un poevideo... en Poeticias-YouTube.